o baile da menina lari

é esta? não, não, é aquela. se bem que aposto que é esta aqui, quer ver? boca de forno, tirando bolo, jacarandá… já! mas e se não for, apanha? e eu vou lá saber!? só sei que a menina foi correndo na frente pra ver se chegava primeiro.
é esta? é a branca? a azul? da barra amarela ou do girassol na janela? a menina, que não queria voltar de mãos abanando, foi de janela. ela tinha acabado de chegar e queria brincar no baile.
mas cadê a casa? cadê o baile? nem um sinalzinho? ela continua procurando e reza: credo em cruz, que depois desta janela o baile aparece. arre égua, amém!
a menina voltou a procurar por acolá, no arvoredo. ouviu um canto tão saudoso de um passarim. era o baile!
quando o mundo olha, a menina pegou seu alazão e sai voando no meio da folia.
“- já é noite e eu nem brinquei?”
eu que demorei muito pra ver, e ela demorou pouco pra ir.
virou noite e eu que nem brinquei!
mas o baile aqui não termina – ele principia. do mesmo tanto que o sol se renova a cada dia. da mesma forma que a lua quatro vezes se recria. do mesmo tanto que a estrela repassa a rota e nos guia.
continuemos o baile, agora e em cada dia. é nossa mania de viver.
para larissa. por larissa.